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Foto do escritorEduardo Beltrame

Por quê?


Por que eu resolvi mudar de profissão, começando um negócio do zero? Por que mudar? Por que largar tudo? Por que entrar num mercado tão banalizado/concorrido/pouco valorizado onde todo mundo se diz fotógrafo? Onde todo mundo faz por menos? Por quê? Faz uma semana que postei essas perguntas no meu instagram junto com essa foto, pois foi um dia de fazer uma pequena reflexão que casa muito bem com a fase que estamos vivendo aqui em casa com nosso filho mais velho, afinal ele já entrou na fase dos "porquês" rsrs. Aliás, tem sido um período de reflexão, de parar para pensar nos porquês da vida, para deixar de fazer as coisas no automático.

Já disse aqui como foi essa minha mudança de profissão, como foi o meu caminho para chegar aqui. Mas agora quero falar sobre a razão de ter trilhado esse caminho, do porquê de ter feito essa escolha.

Essa foto me faz refletir um pouco sobre essas questões... Impossível olhar para um céu assim e não parar para pensar na vida. Com esse lindo e maravilhoso universo literalmente a minha frente, eu vejo que sou apenas um grãozinho de areia no meio da Praia do Moçambique, junto com outros três grãozinhos; mas vejo que há muito mais vida ao redor dessa grande praia cheia de grãozinhos. A vida é muito mais do que apenas ganhar mais ou menos dinheiro. Por que eu faço a foto que faço? Por que fotografo aniversários? Por que fotografo gestantes? Porque fotografo arquitetura? Por que fotografo carros e motos? Por que fotografo casais, mulheres, famílias...? Algumas coisas fazemos simplesmente porque gostamos e porque se ganha dinheiro com isso (sim, a vida é mais do que ganhar dinheiro, mas o dinheiro é algo fundamental na nossa sociedade atual). Agora somente essas coisas não nos completam, não dão sentido a nossa vida. É preciso buscar o que nos faz sentir vivos, o que deixa nossos olhos brilhando e nosso coração ardendo. E, se fazendo isso que nos completa ainda conseguirmos ganhar dinheiro, melhor ainda! =)

Foi por isso que resolvi mudar de profissão, para fazer algo que me completasse, para ter mais tempo livre, para ter mais flexibilidade. Por que registrar a vida me completa. A vida que é vivida no dia a dia, nos momentos ordinários que se transformam em extraordinários. A viagem de férias é legal? A ida pra Disney é emocionante? Sem dúvida que sim. Mas a vida de verdade é feita do dia a dia, é feita do nosso cotidiano. E não podemos deixar o cotidiano no automático (o filme Click, com Adam Sandler, fala bem disso).

Emocionante de verdade é o meu cotidiano, é o meu dia a dia, é a tarde que consigo dar uma escapadinha para ir ao parque com a esposa e filhos, são os minutos ou horas que passo em família, correndo pela garagem entre os carros ou deitado no tapete da sala em meio a uma casa bagunçada. O que me completa é ver meus amigos, ver outras pessoas vivendo essa magia do cotidiano em família. Vivendo o extraordinário cotidiano de cada dia. São essas lembranças e recordações que ficam na memória que levaremos para toda eternidade, e a fotografia é uma grande ferramenta para refrescar nossa memória.

Por isso, a cada dia que passa, busco fazer uma fotografia mais autêntica, natural, contemplativa, documental, sem firulas nem adereços, sem uma direção invasiva. A vida é cheia de imprevistos, casos e acasos. A vida não pode ser dirigida com precisão. E se a vida não pode ser dirigida, por que eu iria querer dirigir a minha fotografia?

Por quê? Porque o que importa na vida é o extraordinário cotidiano.

Foto: A noite mais estrelada que vi na minha vida! Estava em Bom Jardim da Serra/SC, curtindo um final de semana em família, e aproveitei para sair de madrugada para ver o céu em meio a uma escuridão quase que absoluta. Simplesmente magnífico! Era julho e já passava da 1am, ou seja, estava muito frio. Isso tudo era visível a olho nú, mas na foto fica ainda mais incrível. Câmera no tripé, disparo com temporizador e espelho travado para diminuir o tremido, 15s de exposição, abertura em f/4.0, ISO 12800, lente 24-105mm em 24mm.

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